Secult lança livro sobre Escola Parque
A Secretaria de Cultura do Estado (SeculBA), via Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), lança nesta sexta-feira (10), às 10h, o livro ‘Cadernos do IPAC 8 - Escola Parque’, no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, bairro da Caixa D’Água, em Salvador. A coleção integra a política de publicações da SecultBA e é produzida a partir dos dossiês do IPAC elaborados por especialistas para embasar os tombamentos dos bens culturais materiais – imóveis e obras de arte – e os registros dos bens intangíveis, que são as manifestações culturais.
O lançamento acontece junto com a entrega da restauração de sete murais, painéis, afrescos e tela de artistas modernistas convidados nos anos 50 pelo educador baiano Anísio Teixeira (1900-1971) para embelezar a sua proposta educacional inovadora da Escola Parque. O projeto arquitetônico-urbanístico do complexo educacional foi de autoria de Diógenes Rebouças (1914-1994), reconhecido oficialmente como Patrimônio Cultural da Bahia desde 1981.
Bens Culturais – Como o IPAC tem por obrigação regimental difundir o conhecimento técnico-científico produzido por seus especialistas, constante nas seus pesquisas, desde 2007 tem sido empreendido esforços para publicações sequenciadas. A coleção ‘Cadernos do IPAC’ havia lançado apenas títulos dos patrimônios imateriais, como ‘Festa de Santa Bárbara’, ‘Festa da Boa Morte’, ‘Desfile dos Afoxés’, ‘Carnaval de Maragojipe’ e ‘Ofício de Vaqueiro’. Até o final deste ano (2014) o IPAC deve lançar também a ‘Festa do Bembé de Santo Amaro’. Esta é a primeira vez que a coleção aborda um bem cultural material, como a Escola Parque.
O IPAC desenvolveu ainda outra série de publicações, a coleção ‘Apostilas Conversando sobre Patrimônio’, que reúne, em cinco volumes, as compilações de palestras de especialistas e debates públicos que ocorreram no Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC) no ano de 2011 sobre os bens culturais materiais e imateriais da Bahia e as suas ações de salvaguarda. Os títulos abordaram a Salvaguarda do Patrimônio Afro-brasileiro (Terreiros do Candomblé), Patrimônio e Festas Populares, Patrimônio Material e Imaterial do Cortejo do Dois de Julho, Sistema Estadual de Patrimônio e ICMS Cultural, e Circuitos Arqueológicos da Chapada Diamantina.
Modernismo – O livro ‘Conjunto Escola Parque’ é o oitavo volume da coleção ‘Cadernos do IPAC’, e traz artigos escritos especialmente para essa edição por estudiosos da cultura baiana, professores e técnicos do próprio instituto. "O temas propostos aos convidados se entrelaçam e provocam a curiosidade dos leitores para a compreensão do Conjunto Escola Parque”, ressalta a diretora geral do IPAC, Elisabete Gándara.
Ela explica que um dos objetivos foi destacar o pioneirismo e o surgimento de uma nova visão do IPAC. “De 2007 até 2014 passamos por transformações na política do patrimônio cultural do Estado, pois deixamos de nos preocupar apenas com a preservação da memória colonial e abrangemos as novas formas de expressão na arquitetura, nas artes e no ideário educacional herdados do modernismo”, diz Gándara.
O livro também traz parte da herança de Anísio Teixeira. “Com suas formas arquitetônicas e seus bens artísticos, a Escola Parque é testemunho do projeto de modernização e de educação integrada elaborado por Anísio Teixeira, que visava à formação do indivíduo não somente com as matérias fundamentais, mas também com acesso às artes (em suas diversas expressões), à cultura, à sustentabilidade, à integração com a natureza, bem como ao ensino profissionalizante”, salienta a diretora do IPAC.
A publicação traz ainda textos dos secretários estaduais de Cultura, Albino Rubim, e da Educação, Osvaldo Barreto Filho, o parecer do Conselho Estadual de Cultura e o decreto do tombamento. São 160 páginas e mais de 120 imagens, entre fotografias e plantas, provenientes dos acervos da Escola Parque, Fundação Anísio Teixeira e IPAC.
Documentação – O IPAC também publica folders e mapas ilustrativos sobre os bens culturais da Bahia, além de guias com as leis que norteiam o patrimônio cultural no Brasil. Nessa perspectiva, foi lançado o folder ‘Patrimônio Cultural da Bahia’ que apresenta panorama dos bens sob proteção da União e do Estado, no conjunto de Territórios de Identidade da Bahia. Já o ‘Guia de Orientação aos Municípios’ traz a síntese das principais instruções para que prefeituras e câmaras municipais criem suas políticas públicas de preservação dos patrimônios existentes nos territórios pelos quais elas estão responsáveis.
“Ao difundirmos dados, mapas, folders, documentários, assim como realizando oficinas e palestras com especialistas, auxiliamos na salvaguarda, na memória e na difusão desses bens culturais que passam a ser mais conhecido pelas futuras gerações”, enfatiza Elisabete Gándara.
Destinados a eventos e instituições culturais, esses produtos são distribuídos também em escolas e bibliotecas para ações educativas, a agentes municipais e em prefeituras com objetivo de subsidiar e aprimorar a gestão cultural. As publicações podem ser adquiridas ainda no Centro de Documentação e Memória (Cedom) do IPAC, localizado na Rua Gregório de Mattos, nº29, Pelourinho, Centro Histórico do Salvador. Mais informações pelo telefone (71) 3116-6945 ou pelo endereço eletrônicocoad.ipac@ipac.ba.gov.br.